sábado, 28 de julho de 2007

Coimbra: Accionistas da iParque

Coimbra: Accionistas da iParque viabilizaram recuperação do controlo do projecto pela autarquia
Câmara volta a mandar no projectoA assembleia-geral da Coimbra Inovação Parque (iParque) aprovou ontem, por unanimidade, a nulidade da entrada de quatros novos accionistas, viabilizando à autarquia a recuperação da posição accionista maioritária perdida há um ano. Segundo decisão do plenário de accionistas, o capital da iParque, que em 2006 foi aumentado para 939 mil euros (uma exigência legal para permitir que o projecto beneficie dos apoios comunitárias), será aberto aos fundadores, a quem é dado o direito de preferência.”O reforço do capital deverá agora decorrer no respeito pelos requisitos da lei, dos estatutos e do acordo parassocial da iParque”, disse à agência Lusa uma fonte da administração da empresa. A mesma fonte revelou que, numa fase inicial dos trabalhos, o presidente cessante do conselho de administração (CA) da iParque, Pina Prata, foi demitido por maioria, apenas com uma abstenção de um dos accionistas, a cuja gestão pertence o próprio Horácio Pina Prata, antigo vice-presidente da Câmara de Coimbra. Este vereador do PSD, a quem o presidente da Câmara, o também social-democrata Carlos Encarnação, retirou há um ano a confiança política, na sequência de um conflito relacionado com as eleições locais do partido, anunciou em Junho que não pretendia manter-se nos órgãos sociais da iParque. Na mesma sessão do executivo municipal, Pina Prata, autarca e empresário que há um ano passou, na prática, a controlar a empresa de interesse público, dado estar ligado a dois dos quatro novos accionistas (agora recusados pela assembleia-geral), desafiou Encarnação a assumir pessoalmente a liderança do projecto tecnológico. Após ter sido demitido pelos accionistas, Pina Prata abandonou os trabalhos, adiantou a mesma fonte.Tal como se previa, o professor universitário Norberto Pires foi eleito para a presidência do CA da sociedade anónima, enquanto Carlos Encarnação vai manter-se à frente da assembleia-geral. Presidente da Sociedade Portuguesa de Robótica, de 40 anos, Norberto Pires foi convidado para aquelas funções por Encarnação. No novo conselho de administração, continuam João Vasco Ribeiro, como vice-presidente, e Gil Patrão, antigo director do Centro da Biomassa para a Energia (CBE). A assumpção de funções por parte de Gil Patrão, quadro superior da EDP, está condicionada a autorização deste grupo empresarial. Caldeira Santos, em representação da Associação Industrial Portuguesa (AIP), e Paulo Mendes, recém-eleito presidente da Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC), são os outros membros do CA.----------------------------Aprovada Auditoria às contasOs accionistas aprovaram ainda a realização de uma auditoria às contas da Coimbra Inovação Parque. Presidente da Sociedade Portuguesa de Robótica, de 40 anos, Norberto Pires foi convidado para estas funções por Carlos Encarnação, também presidente da assembleia-geral da iParque.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Tecneira e Forestech ganham duas centrais de biomassa

Tecneira e Forestech ganham duas centrais de biomassa

2007-07-17

O consórcio formado pela Tecneira e pela Forestech encontra-se classificado em primeiro lugar no concurso para a central a biomassa florestal, no distrito de Santarém, com seis MVA. O agrupamento conseguiu uma pontuação de 96,1 pontos, mais 11 do que o segundo classificado, a EDP – Produção Bioeléctrica.

O anúncio foi feito, ontem, pela Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG). As empresas levaram também a melhor sobre o agrupamento que integra a Lena Ambiente e o consórcio Miese, constituído pelas empresas Alberto Martins Mesquita & Filhos, Isolux Ingenieria, e EGF. Este conjunto de empresas já tinha sido derrotado no lote 3, correspondente à entral termoeléctrica a biomassa florestal de Vila Real, com 11 MW. Este concurso foi ganho pela Probiomass, constituída pela Proef, Eurico Ferreira, EHATB – Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso e Espírito Santo Capital.

Além da central de Santarém, a Tecneira – Tecnologias Energéticas e a Forestech – Tecnologias Florestais venceram também o concurso relativo à unidade nos distritos de Beja e Faro, até três MVA. As empresas conseguiram mais 25 pontos do que o segundo classificado, a sociedade Arbor – Sociedade Transformadora de Madeira. O agrupamento constituído pela Lena Ambiente, Eneólica, Cavalum e New capital, bem como a sociedade Alvasado Energia eram os restantes concorrentes.

No mês passado, a DGEG já tinha confirmado foi proposta a adjudicação do concurso para centrais a biomassa florestal nos distritos de Viana do Castelo e Braga (lote 4), até 5 MVA, ao agrupamento constituído pelas empresas Obrecol – Obras e Construções, Logística Florestal, Forestland e Hidroeléctrica San Miguel.

Este foi de resto o único concorrente que se apresentou ao concurso, cuja avaliação das propostas ficou concluída em Abril. A central a construir ficará localizada no lugar de Guimil, na freguesia de Longos Vales.

O AmbienteOnline apurou junto de fonte do sector que, ainda este mês, deverão ser adjudicadas mais duas centrais.

Autor / Fonte
Tânia Nascimento

Manuel Pinho defende harmonização das tarifas de biomassa

Manuel Pinho defende harmonização das tarifas de biomassa

2007-07-19

O ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, defendeu ontem a necessidade de proceder a uma harmonização europeia das tarifas pagas à biomassa sob pena de se criarem fluxos comerciais que não têm racionalidade económica.

No mesmo sentido, José Honório, administrador da Portucel, salientou que «não faz sentido transportar matéria-prima de um país que a produziu para outro», o que leva a um aumento das emissões de dióxido de carbono, por via do transporte. As declarações foram proferidas um encontro com responsáveis pelas principais indústrias europeias da fileira florestal. A iniciativa, promovida no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, precede a realização do próximo Conselho Informal de Ministros para a Competitividade, a ter lugar em Lisboa, amanhã e depois.

As indústrias representadas pela Confederação Europeia da Indústria Papeleira gerem ou detêm enormes quantidades de biomassa florestal, a qual é utilizada pelas empresas não só como matéria-prima, mas também como fonte de cerca de 50 por cento das suas necessidades energéticas. Para estas indústrias, não pode ser esquecida a posição de referência que ocupam na cadeia de fornecimento de madeira e na capacidade instalada para a geração de energia a partir de biomassa.

Por toda a Europa, cerca de dez milhões de hectares poderão ser afectados para a produção de biomassa de segunda geração, estima José Honório. Para o responsável, a Política Agrícola Comum (PAC) deve direccionar os seus apoios para os agricultores cujas plantações estão disponíveis para a produção de biomassa.

«Em vez de se canalizarem recursos para essas pessoas deixarem as terras sem produzir, as verbas podem ser aplicadas para produzir algo que a sociedade precisa», afirmou à margem da conferência ao AmbienteOnline. Depois da Portucel ter assumido o interesse por Angola para desenvolver a sua actividade, José Honório admitiu ainda que a empresa está a estudar oportunidades ao nível de outros países.

Autor / Fonte
Tânia Nascimento

Brasil vai produzir electricidade a partir de capim

Brasil vai produzir electricidade a partir de capim


O Brasil vai ter, a partir do próximo ano, a primeira termo-eléctrica mundial alimentada a capim, no Estado da Baía.

O contrato para o investimento de 80 milhões de reais (cerca de 31,25 milhões de euros) foi selado na quarta-feira ao final do dia em Piracicaba, Estado de São Paulo, durante a maior feira do sector do etanol brasileiro, o Simtec.

A tecnologia para a Usina (central) de São Desidério, na Baía, será fornecida pela Dedini, uma das principais empresas de equipamentos industriais para o sector do álcool, que tem como cliente a Sykué Bioenergia.

Ana Maria Diniz, da empresa cliente, afirma que o objectivo do grupo baiano é «replicar em 10 vezes a capacidade desta primeira usina, que é de 30 megawatts, chegando a 300», através da instalação de novas unidades.

A matéria-prima, capim elefante, «foi escolhida devido a sua alta capacidade de receber energia solar e transformar em matéria celulósica, através de um ciclo de produção completamente limpo, renovável e economicamente viável», afirma.

O projecto permite ainda a obtenção de crédito de carbono no montante de um milhão de toneladas ano, que poderão ser vendidos no mercado internacional, gerando lucros adicionais aos da venda de electricidade no mercado livre.

A unidade deverá estar operacional em Dezembro de 2008, segundo os promotores.

Para o designer do projecto, Paulo Puterman, a biomassa «pode ser um caminho eficaz para a crise anunciada que o Brasil vive na produção e distribuição».

A principal fonte da geração de biomassa no Brasil são hoje os resíduos da produção de cana-de-açúcar.

Actualmente, a capacidade de geração através desta matéria-prima está nos 45 quilowatts por tonelada mas poderá triplicar nos próximos anos, graças ao melhor aproveitamento dos resíduos, incluindo o processamento da própria palha e das folhas da cana, para produção álcool celulósico.

Diário Digital / Lusa

19-07-2007 0:41:00

Estudantes europeus analisam energias renováveis na universidade

Estudantes europeus analisam energias renováveis na universidade

“Novas energias com velhos elementos para um mundo novo”: as energias renováveis estão no centro do curso de Verão que 22 estudantes de toda a Europa iniciaram ontem.

Matéria obrigatória em qualquer agenda que se pretenda actual e reveladora das grandes preocupações com o ambiente - da investigação à decisão política -, as energias renováveis são o tema escolhido para o curso de Verão que o Grupo BEST UC está a promover na Universidade de Coimbra. Até ao próximo dia 3 de Agosto, 22 jovens estudantes vindos de 17 países europeus, a que se juntaram outros 27 alunos da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, estão na cidade para participarem no curso “Renewables: new energies, old elements, new world”.
Apresentado ontem com a presença dos participantes, dos organizadores, dos patrocinadores e de dois vice-reitores da Universidade de Coimbra - António Gomes Martins, o responsável pela investigação científica, e Pedro Saraiva, o coordenador de áreas como a qualidade e inovação e a transferências do saber -, o curso de Verão integra um programa científico onde serão analisadas matérias como a energia solar, a biomassa, o biogás, a energia eólica, a hidroelectricidade, o hidrogénio ou as células de combustíveis, leccionadas por um corpo docente de que fazem parte nomes como os de Aníbal Traça de Almeida, Domingos Xavier Viegas ou o próprio António Gomes Martins.
Em complemento à componente lectiva, os participantes no curso irão visitar a empresa Martifer, o Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Universidade de Coimbra, a Central de Biomassa de Mortágua e a Central Hidroeléctrica da Aguieira.
Mas os jovens estudantes vindos de países como a Holanda, França, Grécia, Croácia, Roménia, Polónia, Eslovénia, Alemanha, Turquia, Espanha, Sérvia, Letónia, Noruega, Itália, Eslováquia, Hungria e Bulgária irão complementar o programa científico com um outro destinado a conhecerem mais aprofundadamente Coimbra, a sua universidade, algumas das suas tradições e da sua actividade cultural. Para tal e de acordo com informações da organização, estão ainda previstas visitas ao Paço das Escolas, ao Museu da Ciência e ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, um workshop sobre tradições académicas de Coimbra, uma actuação do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra e uma descida do Rio Mondego.

“Energy for
Sustainability”
Organizado pelo BEST UC, o curso conta com o apoio das empresas Martifer, Galp Energia, Grupo Catarino e BPI, bem como do programa “Energy for Sustainability”, uma parceria da Universidade de Coimbra a integrar o MIT Portugal, desenvolvido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), como ontem salientou e explicou com algum pormenor o vice-reitor António Gomes Martins.
Quanto ao BEST – Board of European Students of Technology - trata-se de uma organização europeia, criada em 1989, cujo principal objectivo é promover a Europa entre estudantes de tecnologia. Presente em 28 países europeus e em 70 universidades ligadas às tecnologias, o projecto reúne aproximadamente 500 mil estudantes de toda a Europa.
Sedeado na Universidade de Coimbra, de acordo com fonte do Gabinete de Comunicação, o BEST UC destacou-se desde a sua formação como um dos grupos mais activos a nível nacional e internacional, organizando eventos de qualidade reconhecida. Actualmente com cerca de 30 membros activos, estudantes das mais diversas áreas tecnológicas, desde a licenciatura ao mestrado, conta também com o apoio de muitos ex-alunos. As beiras

domingo, 22 de julho de 2007

Se a Europa não liderar na energia, ninguém o fará"



Apoio às PME, liderança na energia e defesa do ambiente para promover a competitividade
"Esta reunião informal sobre a competitividade da indústria europeia e das suas PME (Pequenas e Médias Empresas), foi muito importante e vários ministros exprimiram a vontade de que ela seja o motor para a continuação de um progresso económico sustentável,"concluiu Günter Verheugen, vice-presidente da Comissão Europeia, ao fim de três sessões de trabalho na sexta-feira e no sábado.

Para o comissário europeuconstituiu motivo de surpresa agradável verificar o grau e a intensidade do consenso à volta da mesa acerca da necessidade, por ele já avançada há anos, de melhorar tudo aquilo que regula e enquadra a vida das PME na Europa, como um melhor acesso ao crédito, a simplificação burocrática, a eficiência energética e a abertura aos mercados externos. Um segundo motivo de regozijo prende-se com a consciência generalizada de que é possível e necessário compatibilizar altos níveis de competitividade das empresas industriais europeias com respostas inovadoras para combater as mudanças climáticas e atingir uma relação saudável em termos energéticos e ambientais. Os ministros responsáveis pela competitividade nos 27 países, aos quais se juntaram os da Islândia e do Lichtenstein, concordaram que tem de ser a Europa a assumir a liderança mundial da transformação económica o que, num contexto de globalização, poderá conduzir a mais crescimento e a melhores empregos desde que se ponha em prática com maior empenho as medidas constantes na Agenda de Lisboa.

Ao jantar de ontem, os ministros discutiram o carácter cíclico ou estrutural da actual retoma europeia, que já estáa produzir taxas de crescimento superiores às dos EUA. A conclusão é de que este novo surto de prosperidade se deve, na maior parte, ao aumento da procura dos países emergentes e dos novos membros da UE do Leste europeu e, ainda, numa menos parte a mudanças estruturais: " Não há, pois, lugar para uma atitude de complacência. O momento é favorável para acelerar as transformações de fundo que permitam às empresas industriais da Europa lutar pela liderança mundial nos diversos sectores", acrescentou Verheugen.

A presidência portuguesa produziu dos documentos orientadores para a reunião sobre competitividade da política industrial e PME, que mereceram o acordo dos ministros dos 27, que elogiaram a oportunidade das discussões desta reunião informal. Quatro empresas nacionais, a Ba Vidro, o Grupo Simoldes, a Logoplaste e a Fundação de Serralves apresentaram a sua história empresarial, apontando os desafios e as expectativaspara o futuro imediato.

Na última sessão de trabalho, a McKinsey apresentou um estudo sobre as indústrias ligadas à floresta, no contexto da dependência energética e da luta contra as alterações climáticas. O ministro da Indústria e Inovação, Manuel Pinho, anfitrião do encontro, destacou a importância do sector para Portugal com as suas componentes de biomassa, pasta para papel, papel, cortiça e mobiliário: " A floresta é um exemplo dos desafios ao sector energético. Portugal está muito bem colocado para os discutir. O sector precisa de definir o acesso à importação de matéria-prima, a certificação do que é, e não é, biomassa, bem como da padronização de tarifas desta fonte de energia renovável para evitar distorções de mercado. Este é o bom momento para avançar com medidas, antes que os desafios de hoje se tornem problemas amanhã,"concluiu.DN

Se a Europa não liderar na energia, ninguém o fará"



ANTÓNIO PEREZ METELO


Novas energias em debate na UC

Novas energias em debate na UC


Estudantes de 17 países europeus vão analisar, na Universidade de Coimbra, a problemática das energias renováveis, no âmbito de um curso de Verão organizado pelo grupo Board of European Students of Technology (BEST). A partir de segunda-feira e até 3 de Agosto, 22 alunos de tecnologia vão estudar temas como a energia solar, biomassa, biogás, energia eólica, hidroelectricidade, hidrogénio ou as células de combustíveis.

Além dos 22 estudantes, oriundos de países como a Holanda, França, Grécia, Croácia, Roménia, Polónia, Eslovénia, Alemanha, Turquia, Espanha, Sérvia, Letónia, Noruega, Itália, Eslováquia, Hungria e Bulgária, vão também participar no curso 27 alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Além da parte teórica, o curso inclui ainda visitas de estudo à empresa Martifer, ao Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Universidade de Coimbra, à Central de Biomassa de Mortágua e à Central Hidroeléctrica da Aguieira.

A sessão de abertura está marcada para segunda-feira, às 9.30 horas, no Salão da Reitoria da Universidade de Coimbra.

Presente em 28 países europeus e em 70 universidades, o grupo BEST tem como objectivo ajudar os estudantes europeus nas áreas das tecnologias a obter experiências internacionais e a perceber as diferentes culturas europeias. JN

União Europeia quer indústria competitiva e sustentável

União Europeia quer indústria competitiva e sustentável
21.07.2007 - 17h38 Lusa

Uma indústria europeia competitiva e sustentável a nível ambiental, o aumento do emprego e o apoio às pequenas e médias empresas foram objectivos definidos hoje, em Lisboa, pelos ministros da Economia da União Europeia (UE).

Os ministros da Economia e da Indústria dos 27 Estados-membros da UE e o comissário europeu do sector, Gunter Verheugen, estiveram reunidos ontem e hoje na sede da presidência europeia, no Pavilhão Atlântico, a debater soluções para o reforço da competitividade da Europa.

No final dos trabalhos, o comissário europeu salientou que a "reestruturação da base industrial", no sentido do reforço da sua competitividade e eficácia e também da sua sustentabilidade face ao ambiente, é um dos objectivos políticos "mais difíceis e mais importantes" para as gerações actuais, mas sobretudo para as futuras.

"Esqueçam a ideia antiquada de que há uma contradição entre o padrão ambiental e a competitividade porque pode alcançar-se a competitividade e simultaneamente criar mais empregos, aceitando as necessidades do futuro, que passam por dar resposta aos problemas das alterações climáticas, de uma economia com baixas emissões de CO2 e das questões energéticas", afirmou Verheugen.

O comissário europeu defendeu que esta realidade tem de ser encarada como "uma oportunidade e não como uma ameaça", até porque a "situação económica da União Europeia está em fase de recuperação", que qualificou de "tempo de 'vacas gordas'", não havendo por isso "lugar para desculpas".

"Temos de estar cientes de que esta reforma é em parte resultado das reformas da agenda económica europeia", disse o comissário, alertando no entanto para o facto de não se poder medir "qual é a parte cíclica e qual a parte estrutural" desta realidade.

Documento sobre futuro da indústria concluído até final do ano

O comissário e também vice-presidente da Comissão Europeia afirmou estar já a ser preparado um documento orientador sobre o futuro da indústria europeia e a política energética, que estará concluído antes do final do ano.

Por sua vez, o ministro português da Economia e Inovação, Manuel Pinho, que presidiu à reunião, reiterou que Portugal tem uma das metas mais ambiciosas em termos de energias renováveis, esperando que, em 2010, 45 por cento da produção de electricidade seja renovável.

"O sector da floresta, que inclui a biomassa, a pasta de papel, o papel aglomerado de madeira e a cortiça, tem um desafio específico", disse Pinho.

"Por um lado, pretende-se emitir menos CO2 nas fábricas, por outro, a matéria-prima que é a madeira tem uma grande concorrência por parte dos produtores de biomassa", afirmou também Manuel Pinho.

Motivos pelos quais defendeu "uma solução atempada", sob pena de a indústria perder competitividade em 2015/2020.

Por isso, acrescentou, já existem medidas concretas, como o aumento da área plantada, a definição de uma política comercial, a definição do que é a biomassa (certificação), entre outras. Publico

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Pinho defende mais produção florestal para satisfazer biomassa

O ministro da Economia e representantes europeus da indústria florestal defendem um aumento de 6 milhões de hectares de produção florestal na UE.

A medida é uma das soluções encontradas para o possível acréscimo da procura de biomassa florestal para fins energéticos.

«A biomassa retira matéria-prima às florestas. Precisamos de responder a este desafio. É preciso aumentar a área cultivada», sublinhou Manuel Pinho em conferência de imprensa, após uma reunião com os CEO de um conjunto de empresas das indústrias europeias florestais.

Segundo o presidente executivo da Portucel, José Honório, «é preciso haver uma harmonização das tarifas pagas» na produção florestal para colmatar «a grande dispersão que hoje existe na Europa. É possível que a prazo se possa convergir para assegurar o retorno do capital investido».

Os representantes das indústrias europeias defendem que o desenvolvimento de outras fontes de energia renováveis são algumas das soluções propostas para enfrentar o possível acréscimo da procura da biomassa florestal e, assim, garantir «o sucesso da Política Energética da União Europeia».

De acordo com o ministro da Economia, o objectivo passa pela garantia de que, em 2020, cerca de 20 por cento da produção total de energia nos Estados Membros seja assegurada por fontes renováveis.

«Quando passarmos para a segunda geração de produção de biomassa vamos poder usar os mesmos recursos e melhorar os nossos resultados», salientou Manuel Pinho.

Com uma receita anual de 4 mil milhões de euros, as indústrias florestais são responsáveis por 173 mil postos de trabalho e 8% das exportações nacionais (quando, na Europa, esse valor é de 3%).

2007/07/18 18:34Rui Pedro Vieira

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Indústrias e Pinho concordam aumento área produção energia

Indústrias e Pinho concordam aumento área produção energia


O aumento da área para produção de culturas energéticas e a harmonização das políticas tarifárias na União Europeia foram algumas das soluções apontadas pelo Ministro português da Economia e pelas indústrias europeias do sector florestal para os desafios das energias renováveis.

Representantes de várias indústrias europeias da fileira florestal estiveram hoje de manhã reunidos com o ministro da Economia e da Inovação, no âmbito da presidência europeia, analisar soluções para os desafios da competitividade daquelas empresas, tendo em conta os ambiciosos objectivos europeus em matéria de energia que visam garantir que pelo menos 20 por cento da produção total de energia seja assegurada a partir de energias renováveis até 2020.

O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, frisou em conferência de imprensa a importância da aposta nas energias renováveis e falou na necessidade de um confronto de políticas, como a agrícola, defendendo o aumento da área cultivada, a comercial e a do ambiente.

Para Manuel Pinho, esta é uma aposta muito boa, que cria desafios que têm de ser resolvidos, «devido ao facto de uma das fontes de energia renováveis mais eficientes ser a biomassa».

A este propósito, o presidente da Portucel, José Honório, salientou a estimativa europeia que aponta para que cerca de 10 milhões de hectares possam ser mobilizados para a produção de biomassa de primeira geração.

Diário Digital / Lusa

18-07-2007 15:06:00

UE / Presidência: Produtores florestais defendem alinhamento das políticas energéticas

UE / Presidência: Produtores florestais defendem alinhamento das políticas energéticas

O presidente da União da Floresta Mediterrânica (UNAC), José Miguel Caetano, defendeu hoje um "alinhamento" dos países da União Europeia (UE) relativamente às políticas energéticas, em especial ao nível dos preços da produção de biomassa florestal.

"A nossa biomassa vai ser exportada e nós temos de alinhar os preços da energia com os outros países da Europa senão, em vez de termos um mercado ibérico de consumo, vamos ter um mercado para onde exportamos, numa situação que poderá pôr em questão toda a política energética nacional", alertou em declarações à Lusa o presidente da UNAC, a propósito da reunião de ministros da Competitividade e Ciência, que decorre entre quinta-feira e sábado em Lisboa.

Para José Miguel Caetano, que representa os interesses de cerca 16.000 produtores florestais do espaço mediterrânico português junto das instituições nacionais e europeias, a aposta na biomassa florestal é decisiva para a competitividade das florestas, mas deverá ser "agarrada" não só pela produção florestal, mas também com políticas de promoção e segurança desta actividade.

Ao nível da produção, referiu, Portugal tem de ter as mesmas condições da restante Europa, ou seja, o preço da energia eléctrica paga por unidade dos que produzem com base na biomassa deve ser igual.

"Todos os preços nesta matéria devem estar nivelados nos países da UE", sublinhou.

"Não podemos ter preços menores de electricidade em Itália, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e a própria Espanha como neste momento acontece", sustentou.

Ao nível da logística da biomassa, a UNAC defende igualmente que a legislação e o transporte sejam iguais em toda a UE.

"Na Suécia, por exemplo, um camião pode transportar mais um terço de biomassa do que em Portugal, a um preço 30 por cento mais baixo", disse o responsável, referindo que o transporte é o factor que mais pesa na biomassa.

José Miguel Caetano espera que os temas da legislação e da logística da biomassa sejam debatidos por todos os países durante a presidência portuguesa da UE.

O ministro da Economia português, Manuel Pinho, já disse que o dossier "energia" está no topo da agenda da presidência portuguesa UE e que o objectivo é trazer para a mesa de negociações outros países.

Para José Miguel Caetano, a floresta "está na moda" e é um bem "cada vez mais valorizado".

Por esta razão, referiu, a valorização do mercado ambiental da floresta, também deve ser contemplado nos orçamentos públicos, para que sejam criadas condições aos investidores.

Ao nível da captação de investimento, em especial de investidores financeiros, é necessário antes de mais garantir que a floresta não arde, frisou.

"Não se pode estar a fomentar o investimento da floresta ao nível de investidores financeiros ou industrial e termos de repente uma catástrofe como a de 2003 - que destruiu 300 mil hectares de floresta", lembrou.

"Temos que garantir que a nossa floresta arda apenas o que é normal, que é um valor residual abaixo dos 10 por cento, para que investidores financeiros se sintam aliciados a apostar nas florestas", concluiu.

No contexto interno, de acordo com os dados da UNAC, o sector florestal representa 3 por cento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da economia, 3,2 por cento do PIB, 5 por cento do emprego (227.000 trabalhadores) e 10 por cento das exportações portuguesas (2,6 mil milhões de euros).

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Biomassa junta Câmaras e Portucel

Biomassa juntaCâmaras e PortucelAs Câmaras de Aveiro, Ílhavo e Albergaria-a-Velha assinaram anteontem um protocolo de colaboração com o grupo Portucel Soporcel para a recolha e tratamento de biomassa (aproveitamento energético dos resíduos florestais). Um dos objectivos da assinatura do protocolo é "contribuir para a recolha de biomassa florestal e agrícola, reduzindo o risco de incêndio", refere uma nota de imprensa ontem divulgada pelo grupo Portucel. Outro dos objectivos consiste na "utilização da biomassa florestal e agrícola para produção de energia, evitando a construção de aterros e contribuindo para a diminuição das emissões de dióxido de carbono, através da substituição de combustíveis fósseis pela energia renovável produzida". Segundo o protocolo, as Câmaras envolvidas efectuam os trabalhos de limpeza de matas, podas e outros trabalhos de manutenção de espaços verdes em áreas urbanas e periféricas e a EnerForest (empresa do grupo Portucel na área da biomassa para energia) faz a recolha e o transporte dos resíduos, sem custos adicionais para as autarquias. O material recolhido será transportado para a fábrica de Cacia, que está capacitada para efectuar a produção de energia com biomassa florestal. A ideia, segundo apurou o Jornal de Notícias, é estender este protocolo a outras Câmaras. JPC Jornal de Noticias

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Banif quer investir 130 milhões de euros em energias "limpas"

Banif quer investir 130 milhões de euros em energias "limpas"

Fundo LCF estuda compra de uma posição maioritária numa empresa brasileira no sector da biomassa.

Da Redação

Lisboa - O Luso Carbon Fund (LCF) assinou quarta-feira (11) o primeiro contrato de aquisição de créditos de carbono. O LCF adquiriu ao fundo dinamarquês Core Carbon Group dois milhões de ERU (unidades de redução de emissões) resultantes de quatro projectos na Rússia por aproximadamente 18 milhões de euros (cerca de 60% do capital total).

O LCF é, juntamente com o fundo de energias renováveis New Energy Fund, lançado a semana passada pelo Banif Gestão de Activos, gerido pela MCO2, detida pelo Banif Banco de Investimento, o BES Investimento, a Fomentivest (que detém 40%) e o CCC (Climate Change Capital).

O LCF conta actualmente com 18 investidores e um capital de 30,7 milhões de euros. No entanto, está previsto para "o final deste ano ou início de 2008" um aumento de capital, que deverá chegar aos 50 milhões de euros, e do número de investidores, de acordo com Raul Marques, presidente do Banif Gestão de Activos. O gestor adiantou ainda que parte desses investidores poderão ser estrangeiros, nomeadamente, espanhóis.

Segundo Ângelo Coreia, presidente da Fomentivest, depois dos primeiros investimentos na Rússia, o LCF olha agora para a China, Tailândia, Índia, Brasil e norte de África. Ângelo Correia, em declarações recentes ao Jornal de Negócios, disse que no âmbito deste fundo está "prevista a compra de 25% a 30% do capital de uma empresa indiana da área das eólicas e ainda de uma posição maioritária numa empresa brasileira no sector da biomassa".

O fundo está actualmente a analisar diversos projectos de investimento nas áreas da biomassa, energia eólica e mini-hídricas na Tailândia, China e Brasil.

Depois do LCF, o Banif Gestão de Activos anunciou no início de Julho o lançamento do New Energy Fund, que pretende aplicar 100 milhões de euros em energias renováveis. As informações são do Jornal de Negócios.Portugal Digital

terça-feira, 3 de julho de 2007

Cova da Beira desenvolve projectos de reciclagem

Cova da Beira desenvolve projectos de reciclagem
Criação de CIRVAS para servir 13 concelhos

Na sequência de outros projectos que a Associação de Municípios da Cova da Beira tem vindo a desenvolver na área ambiental, nomeadamente na gestão de resíduos, a AMCB está a agora a desenvolver um projecto que consiste na criação e instalação estratégica de CIRVAs, distribuídos pela área geográfica da AMCB.

O projecto visa a construção de 3 Centros de Recepção/Tratamento dos Resíduos (de obras, madeiras, industrias transformadoras, resíduos florestais, resíduos agrícolas) e irão ser instalados na área geográfica da AMCB e servir os 13 concelhos que dela fazem parte; Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal e Trancoso.

O estudo deste projecto está a ser desenvolvido pela EnerArea – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior – da responsabilidade da AMCB, e em parceria com a empresa Turrisfax – Gestão, Produção e Comercialização Agro-Florestal, Lda, e prevê-se que o mesmo esteja concluído no final deste Verão.

Estes CIRVAs – Centros Integrados de Reciclagem e Valorização Ambiental visam contribuir para uma melhor Gestão e Valorização Ambiental dos Resíduos, contribuindo deste modo para a reciclagem, aproveitamento e valorização dos mesmos assim como para uma melhoria do ambiente, já que desta forma as empresas e munícipes vão ter ao seu dispor um local devidamente certificado de deposição deste tipo de resíduos.

Com os CIRVA, a AMCB pretende fazer uma gestão mais eficiente e economicamente sustentável dos resíduos e apoiar as empresas e os municípios no tratamento dos mesmos, ao mesmo tempo, minimizar a ocorrência de depósitos ilegais dos resíduos no meio ambiente e reduzir a quantidade de lixo a ser depositado nos aterros.

Basicamente o projecto visa optimizar as condições de tratamento e viabilizar uma solução específica para cada tipo de resíduo. Por exemplo, se se tratarem de resíduos industriais banais, como tijolo ou pedra, podem ser transformados em material base para estradas, se se tratarem de resíduos florestais, como troncos, folhas, podem ser triturados e podem ser transformados em pellets para alimentação das caldeiras de aquecimento central.

Este projecto acompanhará o desenvolvimento do projecto Biorural, já que as actividades de um complementam determinadas fases do outro, quer-se com isto dizer que os Centros de Recolha/Acolhimento CIRVAs vão receber os resíduos florestais provenientes da Rede de Aproveitamento de Biomasssa que será implementada através da criação do BioRural. Será ainda adquirido material de trituração e desfragmentação dos resíduos por forma a valorizar reciclar os resíduos que serão depositados nos centros.

03-07-2007
Ka

Biomassa

Biomassa

Des del punt de vista econòmic podem dir que el sector forestal primari a casa nostra està en fallida des de fa una bona colla d'anys. Actualment, els nostres boscos no són rendibles però, en canvi, la seva conservació es bàsica per al conjunt del país. Això obliga els seus propietaris i gestors a fer contínues inversions sense esperança de retorn en condicions de mercat. Consorci Forestal

Governo aponta para 15 centrais de biomassa em Portugal

Governo aponta para 15 centrais de biomassa em Portugal“Passou-se do oito para o 80”

De repente, parece que Portugal descobriu a ‘galinha de ouro’ e do oito passou-se para o 80, com a previsão da construção de muitas centrais de biomassa. Esta é, no fundo, a ideia principal deixada pelos intervenientes do seminário ‘Biomassa e Gestão Sustentável da Floresta’, que decorreu no Visionarium – Feira, no passado dia 26 de Junho. Estes não deixaram de frisar o risco de vir a faltar matéria-prima para estas estruturas.


ÂngelaAmorim

“Em Portugal passou-se do oito para o 80. De repente quer construir-se muitas centrais de biomassa, o que implica muito mais investimento. A questão que se coloca é se haverá biomassa suficiente para tantas centrais”, começou por alertar Carlos Alegria, promotor do projecto da central de biomassa das Terras de Santa Maria, que irá localizar-se ena freguesia de Carregosa, do concelho de Oliveira de Azeméis.
Com as previsões governamentais a apontarem para a implementação de 15 estruturas no país, este responsável, que assume também funções no FPT – Energia e Ambiente, não deixou de questionar, quase de forma retórica: “Em Portugal, há por hora 1500 toneladas de biomassa para alimentar essas centrais? Há sempre camiões, por hora, para levar a matéria-prima? Há 15 hectares de floresta para desbastar por hora?

Estamos a vender o “nosso petróleo”
Como se tudo isto não bastasse, a tarifa paga em Espanha pela biomassa “é mais elevada”, que acaba por levar os agentes económicos do sector florestal português a levar para o país vizinho a matéria-prima. “Estamos com uma grande pressão na procura da biomassa e nós estamos a vender o ‘nosso petróleo’, que é a nossa floresta”.
Lembrando que a matéria-prima que deve alimentar uma qualquer unidade deste género são apenas os resíduos florestais e não as próprias árvores, Carlos Alegria confessou algum receio que isso não seja totalmente respeitado pelos madeireiros e não há como controlar, em termos de central, pois o que chega à estrutura já vem triturado. Todavia, importa salientar que o governo já garantiu fiscalização apertada. Resta saber se vai, efectivamente, funcionar.

Central de Carregosa em “velocidade cruzeiro” para o ano
Após cinco ou seis anos a perseguir o objectivo da implantação de uma central de biomassa, que servisse as Terras de Santa Maria, Carlos Alegria vê, finalmente, o seu projecto vingar. Com o licenciamento concluído e aprovado, a linha eléctrica montada, a obra – que já decorre – está, actualmente, à espera da caldeira, que está para chegar. De acordo com o responsável, esta estrutura entrará em “velocidade cruzeiro” já para o ano.
Esta central vai englobar os cinco municípios do Entre Douro e Vouga (EDV) – Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Vale de Cambra e Arouca – aos quais se reuniram, neste projecto, Castelo de Paiva e Cinfães, num total de 1215 quilómetros e numa área extremamente acidentada. Esta característica, que tem dificultado o controlo dos incêndios florestais, também não facilita nada a apanha da matéria-prima para alimentar a central.

Criação de postos de trabalho
De acordo com os números apresentados por Carlos Alegria, a central de Terras de Santa Maria – que trabalhará 100 ou 120 mil toneladas por ano de biomassa - vai dar trabalho directo a 15 pessoas, envolverá mais uma dezena no transporte e várias outras na limpeza dos matos, apanha e trituração dos resíduos.
Este projecto pensa instalar vários ecopontos florestais, tendo já vários municípios manifestado o seu interesse em obtê-los, nomeadamente Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Vale de Cambra e, ainda, Sever do Vouga, Cinfães e Murtosa.

---------------

Borges Gouveia, presidente do conselho de administração da Energaia

O ciclo de seminários técnicos ‘Eficiência na gestão energética’ – do qual este, ‘Biomassa e Gestão Sustentável da Floresta’, faz parte “visa proporcionar a troca de informações e consubstanciar-se em projectos concretos e realizações visíveis, de forma a estender-se a um número mais alargado possível de pessoas. Esperamos que, no final, tenhamos mais agentes envolvidos nesta temática da gestão energética, que tem grande incidência na agenda política portuguesa”.

---------------

Salvador Malheiro, UTAD

“Podem ser retirados 2,2 milhões de toneladas de biomassa, por ano, da nossa floresta, o que equivale a 4,4 milhões de barris de petróleo, isto é, 286 milhões de euros”. Para além disso, representa uma substancial redução de dióxido de carbono, o que é exigido pelo protocolo de Quioto, cujas directrizes Portugal está longe de cumprir.
“No cenário actual, não haverá, com certeza, biomassa suficiente para o número de centrais que o governo prevê construir”. Correio de Azeméis

UE: Sócrates, Barroso e Lula em debate sobre biocombustíveis

UE: Sócrates, Barroso e Lula em debate sobre biocombustíveis
O papel dos biocombustíveis na luta contra as alterações climáticas junta quinta-feira o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, em Bruxelas.

A conferência sobre biocombustíveis, organizada pela Comissão Europeia, tem como objectivo lançar o debate sobre o desenvolvimento de um mercado internacional de produção e comércio de combustíveis.

José Sócrates, José Manuel Durão Barroso e Luíz Inácio Lula da Silva irão intervir numa das sessões de trabalho, ao final da manhã de quinta-feira.

Na conferência, que termina na sexta-feira, serão debatidos quatro grandes temas, a começar pelas condições necessárias para a criação de um mercado internacional para os biocombustíveis.

«O ambiente e os biocombustíveis», «Biocombustíveis e países em desenvolvimento», e «Perspectivas de investigação» são os outros três painéis da conferência.

Os biocombustíveis, que podem ser feitos de cana-de-açúcar, milho, óleo de palmeira e outros produtos agrícolas, têm sido vistos por muitos como uma forma mais limpa e barata de abastecer as necessidades energéticas do mundo, sem recorrer aos combustíveis fósseis.

A participação do Presidente brasileiro, Lula da Silva, prende-se com o sucesso que os biocombustíveis têm no seu país, que vai iniciar a exportação de etanol para os Estados Unidos e a Europa.

Actualmente, a produção energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com cerca de 36 por cento de origem renovável, nomeadamente biocombustíveis, bem acima da média mundial de 13,5 por cento, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

Em Março, os líderes dos 27 adoptaram, em Conselho Europeu, uma proposta de Durão Barroso de política energética europeia que determina que, até 2020, 20 por cento da energia consumida na União Europeia (UE) seja produzida a partir de fontes renováveis.

Por outro lado, Bruxelas pretende ainda que, até 2010, dez por cento do sector dos transportes da UE utilize biocombustíveis.

Esta medida foi alvo de uma consulta pública que vigorou até 04 de Junho, esperando-se que durante a presidência portuguesa da UE seja apresentada uma proposta concreta.

Estas medidas incluem-se num esforço de combate às alterações climáticas com o objectivo de reduzir em 20 por cento as emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, em relação ais níveis de 1990.

Este objectivo poderá subir para os 30 por cento de redução se os restantes países industrializados se comprometerem a atingir reduções de emissões comparáveis.

Apesar de haver consenso sobre o facto de os biocombustíveis serem mais limpos que os fósseis (carvão, petróleo e gás), a sua produção não está isenta de críticas.

A Organização das Nações Unidas (ONU), numa posição subscrita por organizações não-governamentais ambientalistas, já alertou para o perigo da desflorestação, como já acontece na Indonésia, para destinar mais terrenos à produção de matéria-prima para o bioetanol e o biofuel.

Por outro lado, a ONU alertou também para o facto de a sua produção generalizada poder provocar uma subida nos preços dos alimentos, como o milho, uma das fontes a partir da qual se pode produzir bioetanol.

Neste sentido, a Comissão Europeia aposta no desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração, produzidos directamente a partir da fracção sólida de biomassa vegetal ou animal.

A biomassa tem como fonte os produtos e resíduos da agricultura (incluindo substâncias vegetais e animais), os resíduos da floresta e das indústrias conexas e a fracção biodegradável dos resíduos industriais e urbanos.

A produção de combustíveis a partir de biomassa vegetal, por exemplo, tem ainda a vantagem de estimular a limpeza das florestas, contribuindo para a prevenção de incêndios.

Diário Digital / Lusa

03-07-2007 7:00:00