quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Centrais de biomassa reduzem risco de incêndio

Cascas, ramos e copas de árvores servem de alimento às centrais e levam à limpeza das florestas

A recolha da biomassa florestal residual, desde cascas a ramos e copas de árvores, «não só reduz o risco de incêndio como servem de alimento às próprias centrais», explicou à Lusa fonte da EDP.

Segundo o porta-voz da empresa, que está a construir duas novas centrais de biomassa, «ao processar-se a recolha da biomassa florestal residual diminui-se a sua acumulação nas matas, pelo que se reduz o risco de incêndio florestal».

Além disso, «as centrais de biomassa estão também a ajudar a criar mais valor e emprego nas zonas rurais». A empresa tem apostado neste sector até porque, «Portugal tem uma extensa área florestal» e estas medidas podem ajudar ao seu ordenamento.

EDP contrói duas novas centrais de biomassa

«Passando a existir, com esta rede de centrais, compradores para os despojos de exploração florestal, um pouco por todo o país, contribuiremos para um efectivo incremento dos trabalhos de limpeza florestal, integrando essas tarefas nos trabalhos de exploração florestal habitualmente executados», considera a empresa.

Ordenamento do território

Segundo a mesma fonte, os resíduos não têm «qualquer valor comercial para a indústria transformadora de madeira» mas estes equipamentos vão permitir que os trabalhos de exploração florestal sejam «alargados a outras actividades produtivas, criando-se mais valor e emprego nas zonas rurais».

«As centrais de biomassa florestal residual desempenham um papel ímpar na ajuda ao ordenamento florestal e do território, por possibilitarem o escoamento, ordenado e ambientalmente correcto, de um combustível endógeno e renovável que, ao não ser tratado de forma adequada, é fonte de graves perturbações ambientais, e afecta sobremaneira a segurança de pessoas e bens».

Limpeza das florestas

Por outro lado, «a limpeza dos povoamentos florestais melhora ainda a capacidade e rapidez de intervenção de meios de ataque a incêndios florestais».

As centrais termoeléctricas a biomassa florestal residual estão projectadas para operarem por dezenas de anos pelo que a empresa destaca também o seu impacto do «ponto de vista social, com a criação de emprego sustentado em áreas rurais, onde a escassez de emprego se nota de forma notória».

«Acresce que a transformação de biomassa florestal em electricidade é neutra quanto ao aumento do efeito de estufa, melhorando o ambiente e ajudando a preservar o Planeta».Diário


EDP vai elevar para quatro o número de centrais de biomassa em 2009

04.01.2009
Lusa

A EDP está a ultimar a construção de duas novas centrais de biomassa florestal, elevando para quatro o número de equipamentos do género já em 2009, disse fonte oficial da empresa.

Escusando-se a revelar montantes de investimento, a mesma fonte afirmou que as quatro centrais a biomassa terão uma potência total de 67 megavolts (Mv) e que, "progressivamente, fruto dos concursos lançados, se encontram em fase final de apreciação, serão construídas outras centrais de biomassa florestal, ao longo do espaço nacional".

"Actualmente a EDP tem interesses na área da biomassa, através das suas participações nas empresas Bioeléctrica e Ródão-Power que exploram, respectivamente, as centrais termoeléctricas a biomassa florestal em Mortágua, com a potência aparente de 10 Mv, e em Vila Velha do Ródão, com 13 Mv", adiantou.

Segundo a empresa, "a Bioeléctrica encontra-se a ultimar a construção de duas novas centrais de biomassa, uma na Figueira da Foz, com 30 Mv, e outra em Constância, com 14 Mv, unidades estas inseridas, tal como a do Ródão, em perímetros industriais de unidades de fabrico de pasta de papel do Grupo Altri", seu associado na área da biomassa.

"A EDP terá em operação comercial, nos próximos anos, oito centrais, com potências variáveis, sendo algumas de menor dimensão, pelo que atingiremos cerca de 130 Mv de potência aparente, sempre com base em centrais termoeléctricas que operam biomassa florestal", afirmou.

Uma das novas Centrais Termoeléctricas a Biomassa Florestal, a construir em Constância, nas instalações da Celulose do Caima, representa um investimento de 34 milhões de euros e deverá entrar em exploração comercial em Agosto de 2009.

A nova central, que terá uma potência instalada de 14,7 Mv, consumirá anualmente 160.000 toneladas de biomassa. No entanto, na sua área de influência, a "quantidade regular de biomassa de origem agro-industrial" vai suportar apenas "cerca de 15 por cento das suas necessidades"
.

A empresa lembra que o Grupo Altri, no qual a Caima se insere, "possui cerca de 30 por cento da área total de floresta na zona de influência da Central".

O projecto realça que, ao valorizar os resíduos florestais, a central contribuirá para a redução do risco de incêndios florestais e que as 160.000 toneladas de biomassa consumidas por ano "representam cerca de 4 milhões de euros canalizados para as empresas do sector silvícola e florestal da região".

Os promotores apontam ainda como impactos positivos, a promoção da criação de postos de trabalho indirectos na área florestal e o contributo para a diminuição de emissões de dióxido de carbono "em cerca de 60.000 toneladas por ano".

Produtores florestais dizem que não preço não é compensador

A maioria dos produtores florestais não está a enviar a biomassa para as centrais que produzem energia com estes resíduos porque o preço pago por tonelada acaba por resultar em prejuízo, segundo fonte do sector.

"A maioria não o faz porque dá prejuízo se o processo for todo feito de acordo com as técnicas de gestão", disse o vice-presidente da Cooperativa Três Serras de Lafões, que representa a zona de Viseu, Rui Ladeira.

De acordo com este engenheiro florestal, neste momento só está a funcionar a central de Mortágua.

"O preço que é pago é baixo para os produtores enviarem para as centrais. Não estão a pagar o que é devido para angariar a biomassa nas propriedades", afirmou Rui Ladeira, referindo a mão-de-obra e equipamentos que têm de se pagar.

"O custo anda à volta dos 28 a 31 euros por tonelada para todo o processo até se chegar à central. Se o pagamento for inferior não compensa", defendeu, acrescentando que ultimamente pagam aos produtores a 26 euros a tonelada à porta da fábrica, "o que é muito baixo".

Rui Ladeira indicou que havia a possibilidade de exportação para Itália a um preço superior, mas o problema do nemátodo do pinheiro veio exigir um tratamento, acabando com as vantagens.

"Ou isto passa a ser regulado e apoiado pelo poder central ou é difícil fazer as técnicas de gestão e diminuição de risco de incêndio", alertou.Ecosfera


DR 8 SÉRIE I de 2009-01-13



Portaria n.º 13/2009
Ministérios das Finanças e da Administração Pública, do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, da Economia e da Inovação, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Fixa o valor da isenção do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) para o biocombustível substituto do gasóleo e revoga a Portaria n.º 3-A/2007, de 2 de Janeiro

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Estudo

O ESTADO DA ARTE NA ESTIMATIVA DE BIOMASSA E CARBONO EM FORMAÇÕES FLORESTAIS
Resumo em Português: O presente trabalho tem por objetivo fornecer uma visão geral do estado da arte na obtenção de estimativa de biomassa e estoque de carbono em formações florestais. Inicialmente realizou-se uma abordagem sobre o aumento da concentração de CO2 na atmosfera e a mudança a...
Autor: Péricles Silveira, Henrique Soares Koehler, Carlos Roberto Sanquetta, Julio Eduardo Arce
Ano: 2008
Idiomas do Documento: Português | Inglês