terça-feira, 2 de janeiro de 2018

OS PORTUGUESES VIVEM COM FRIO DENTRO DE SUAS CASAS



Cerca de 74% dos portugueses consideram as suas casas frias no inverno, 25% consideram as suas casas quentes no verão e apenas 1% dos portugueses considera a sua casa termicamente confortável e por isso os gastos de energia para colmatar as necessidades de aquecimento são elevados.
Os resultados são de um inquérito lançado em colaboração com a Quercus, pelo Portal da Construção Sustentável, realizado entre fevereiro e agosto de 2017, para averiguar se os portugueses consideravam a sua casa Fria, Quente ou Confortável.
Dos cerca de quase mil inquiridos em Portugal continental, 74% consideram a sua casa fria no inverno. Destes, 35% recorrem a mais roupa e mais equipamentos para se aquecerem, sendo que 21% recorrem a mais equipamentos e 20% só fazem uso de mais roupa. Nos 74% que consideram a sua casa fria, são 21% os que também consideram haver um aumento significativo de energia – de quase o dobro - para manter o conforto.
Já em 2003 foram publicados os resultados de uma investigação realizada pela Universidade de Dublin que concluiu que Portugal é um dos países da União Europeia onde mais se morre por falta de condições de isolamento e aquecimento nas casas. Durante 10 anos analisou-se os índices de mortalidade de 14 países, cruzando os dados com informação sobre vários fatores como o estilo de vida, prestação de cuidados de saúde, desigualdades sociais e eficiência energética/isolamento das habitações
Neste inquérito também se verificou que, no universo de inquiridos que tem frio em casa, 24% diz ter em casa pessoas com problemas de saúde devido ao (des)conforto térmico, e 6% não quis responder. De entre estas respostas salientam-se os problemas respiratórios e alergias. É nos edifícios que passamos cerca de 90% dos nossos dias. Sendo que a nossa casa deveria ser um espaço confortável uma vez que os espaços que habitamos tem uma grande influência na nossa saúde.
Convém que os decisores governamentais e os municípios estudem mais detalhadamente estas influências, para perceber o que se pode fazer para evitar problemas graves de desconforto térmico, já que de acordo com a classificação climática de Köppen, Portugal é um dos países europeus mais amenos: a temperatura média anual em Portugal continental varia dos 4 °C no interior norte montanhoso até 18 °C no sul, na bacia do Guadiana ”- diz Aline Guerreiro, responsável do Grupo de Trabalho sobre Construção Sustentável da Quercus.

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