domingo, 22 de julho de 2007

Se a Europa não liderar na energia, ninguém o fará"



Apoio às PME, liderança na energia e defesa do ambiente para promover a competitividade
"Esta reunião informal sobre a competitividade da indústria europeia e das suas PME (Pequenas e Médias Empresas), foi muito importante e vários ministros exprimiram a vontade de que ela seja o motor para a continuação de um progresso económico sustentável,"concluiu Günter Verheugen, vice-presidente da Comissão Europeia, ao fim de três sessões de trabalho na sexta-feira e no sábado.

Para o comissário europeuconstituiu motivo de surpresa agradável verificar o grau e a intensidade do consenso à volta da mesa acerca da necessidade, por ele já avançada há anos, de melhorar tudo aquilo que regula e enquadra a vida das PME na Europa, como um melhor acesso ao crédito, a simplificação burocrática, a eficiência energética e a abertura aos mercados externos. Um segundo motivo de regozijo prende-se com a consciência generalizada de que é possível e necessário compatibilizar altos níveis de competitividade das empresas industriais europeias com respostas inovadoras para combater as mudanças climáticas e atingir uma relação saudável em termos energéticos e ambientais. Os ministros responsáveis pela competitividade nos 27 países, aos quais se juntaram os da Islândia e do Lichtenstein, concordaram que tem de ser a Europa a assumir a liderança mundial da transformação económica o que, num contexto de globalização, poderá conduzir a mais crescimento e a melhores empregos desde que se ponha em prática com maior empenho as medidas constantes na Agenda de Lisboa.

Ao jantar de ontem, os ministros discutiram o carácter cíclico ou estrutural da actual retoma europeia, que já estáa produzir taxas de crescimento superiores às dos EUA. A conclusão é de que este novo surto de prosperidade se deve, na maior parte, ao aumento da procura dos países emergentes e dos novos membros da UE do Leste europeu e, ainda, numa menos parte a mudanças estruturais: " Não há, pois, lugar para uma atitude de complacência. O momento é favorável para acelerar as transformações de fundo que permitam às empresas industriais da Europa lutar pela liderança mundial nos diversos sectores", acrescentou Verheugen.

A presidência portuguesa produziu dos documentos orientadores para a reunião sobre competitividade da política industrial e PME, que mereceram o acordo dos ministros dos 27, que elogiaram a oportunidade das discussões desta reunião informal. Quatro empresas nacionais, a Ba Vidro, o Grupo Simoldes, a Logoplaste e a Fundação de Serralves apresentaram a sua história empresarial, apontando os desafios e as expectativaspara o futuro imediato.

Na última sessão de trabalho, a McKinsey apresentou um estudo sobre as indústrias ligadas à floresta, no contexto da dependência energética e da luta contra as alterações climáticas. O ministro da Indústria e Inovação, Manuel Pinho, anfitrião do encontro, destacou a importância do sector para Portugal com as suas componentes de biomassa, pasta para papel, papel, cortiça e mobiliário: " A floresta é um exemplo dos desafios ao sector energético. Portugal está muito bem colocado para os discutir. O sector precisa de definir o acesso à importação de matéria-prima, a certificação do que é, e não é, biomassa, bem como da padronização de tarifas desta fonte de energia renovável para evitar distorções de mercado. Este é o bom momento para avançar com medidas, antes que os desafios de hoje se tornem problemas amanhã,"concluiu.DN

Se a Europa não liderar na energia, ninguém o fará"



ANTÓNIO PEREZ METELO


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